quarta-feira, 22 de outubro de 2014

CRÔNICA - por LALO ARIAS



VENDO TUDO
Vendo um porta-óculos
modelo 1912, em couro, costurado à mão pelo maior artesão de Slovensko, circunstancialmente nascido na aldeia de Trencianska Tepla numa manhã de quarta-feira em abril de 1912, o sol estava puro esplendor. O artesão ainda é fabuloso e muito bem considerado no pedaço. Quem puder que me lembre do nome dele.
Vendo apartamento.
Vendo coleção de chapéus.
Eles, os chapéus, foram trazidos, eventualmente, dumas andagens por aí a fora no mundaréu de Deus. Tem de tudo, Coco de Couro, Coco Chaplin, Coco Chanel, tem uns dos Texas. Boinas também vendo.
Vendo telefone sem fio e sem operadora.
Vendo relógio.
Vendo meu tempo escrevendo besteiras como estas.

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