MEU AMIGO
GERALDO (ALAGOINHAS) PRADO
Geraldo Prado, sou eu mesmo |
Chegar em Olinda foi fácil.
O Clóvis e a Julita já estavam lá. No segundo andar do casarão daquela rua que
me fugiu o nome. Fui bem recebido pra chuchu, mas fui ficando, aquele verão de
82 estava pra lá de demais. Aí me disseram que o Geraldo morava na 13 de Maio,
quatro ruas acima, à esquerda dos 4 Cantos, beirando as esquinas. Geraldo,
Geraldo – eu chamei. Então ele nem abriu a porta, foi pela janela mesmo que eu
revi a pessoa. Um sorriso pra lá de Geraldo. Ele disse: vamos almoçar. Fazia 13
anos, por aí, que eu não via o indivíduo e ele, sem abraço, sem nada, me diz
isso? Mas aquele sorriso bastou. Fomos comer um charque na manteiga e os
legumes, coisa meio apalermada, mas estava bom. Pedi uma cachaça e uma cerveja,
ele pediu suco. Aí foi complicado me conter. Tasquei: Geraldo, nem cervejinha?
Ele tascou: tô com uma coisa difícil aqui em baixo do pâncreas, acho que é o
fígado. O médico me disse que era pra eu parar. Me deu um treco tão de pronto
que eu nem falei nada. Pedi outra cachaça, outra cerveja, e ele só no suco de
mandioca, não sei, não lembro bem. Foi daí que... Bem, o resto eu conto depois.
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