terça-feira, 4 de novembro de 2014

FILOSOFIA

                       O TRANSCENDENTALISMO DE EMERSON
Filósofo, escritor e conferencista, Ralph Waldo Emerson (25/05/1803 – 27/04/1882), natural de Boston, fez seus estudos em Havard para seguir a carreira de ministro religioso, como seu pai. Foi pastor em Boston, mas interrompeu suas atividades por divergir da doutrina sobre a eucaristia. A partir de 1833, viajou pela Europa onde entrou em contato com os poetas Coleridge, Worsworty e Carlyle, tornando-se amigo deste último. Ao voltar aos Estados Unidos, desenvolveu sua filosofia transcendentalista, que expôs em várias das suas obras, tais como: Natureza, Ensaios, e Sociedade e Solidão. O transcendentalismo era para Emerson um esforço metódico de introspecção para alcançar o “eu profundo”. Fez parte do Clube Transcendentalista, ao lado de Henry Thoreau, em Concord, Massachusetts. A doutrina, amplamente divulgada pela revista The Dial, exerceu profunda influência intelectual sobre o ideário norte-americano do século XIX. Emerson faleceu em Concord aos 78 anos de idade.
Abaixo, um excerto de “Círculos” publicado no livro “Ensaios”, publicado no Brasil pela Imago Editora, 1994, com tradução de Carlos Graieb e José Marcos Mariani de Macedo.

(...) Admirai esta torre de granito, exposta aos ferimentos de tantas eras. No entanto, uma pequena mão trêmula construiu esta enorme parede, e o que constrói é melhor que o construído. A mão que construiu pode demolir bem mais rápido. Melhor que a mão, e mais ágil, foi o pensamento invisível que trabalhou por meio dela; e assim sempre, por trás do efeito bruto está a causa sutil que, vista de perto, é ela mesma o efeito de uma causa mais sutil. Tudo parece permanente até que seu segredo seja conhecido. Um rico dote parece às mulheres algo de firme e duradouro; para um comerciante, algo facilmente criado a partir de quaisquer materiais, e facilmente perdível. Um pomar, boa lavoura, um bom teto parecem um ponto de apoio, como uma mina de ouro ou um rio para um cidadão: mas para um grande fazendeiro, não são mais fixos que as condições da colheita. A natureza, de maneira provocante, parece estável e secular, mas tem sua causa como um todo o resto; e quando esta vier a ser compreendida por mim, se mostrarão estes campos tão imutavelmente vastos, penderão estas folhas com individualidade tão discernível? A permanência é uma questão de graus. Todas as coisas são intermediárias. Luas não são limites maiores à vontade espiritual que meras bolas de se jogar. (...)

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