AMBIÇÃO,
PODER, AMOR E TRAIÇÃO.
ISSO É NOVELA, GENTE.
Por LIGIA SANCHES, especial para o
BABÉLIA
Como manda a
tradição televisiva, “Império”, como toda novela (ou quase toda...) ousou,
encantou, tropeçou também. Mas conforme exige o mercado de entretenimento, toda
novela (ou quase toda) se salva e coloca milhões à frente da telinha.
Para montar um
circo é necessário um terreno, uma área livre. E também as partes da estrutura
interna, começando pela base e pelas as peças que formam a sustentação da lona,
que subirá por último. Muito cuidado nessa hora e aí, pronto, nome afixado lá
fora, artistas no camarim, luzes acessas, bilheteria à toda, pipoca no
carrinho, é hora do grande espetáculo.
Com novela de
TV é mais ou menos assim, sem esquecer que os pequenos espetáculos de todos os
dias, e especialmente o último capítulo (aquele mais aplaudido ou execrado pelo
público) ainda não estão prontos quando abre o pano. Na verdade os números
desse espetáculo que vai ao ar de 2ª. a sábado pra lá das 21h nunca estão
assim...pensados e fechados. Novela é obra que vai ser formando, ajeitando,
pedindo mais tempero aqui, a morte de um personagem ali, etc.
Aguinaldo Silva |
E assim
“Império”, de Aguinaldo Silva, um dos mestres do formato. Neste momento a trama
central de sua novela é encaminhada para revelações e consolidações. Zé
Alfredo, vivo e saudoso de Maria Isis, irá preso; Maria Marta tem chance de
livrar-se do casório com o crápula do Maurílio; Cora, talvez por milagre ou
encanto, arruma como perder a virgindade (ou talvez morra); a poderosa e ora
falida Império será salva; Cristina e Vicente reatam; o amor de Cláudio pela
Beatriz segura tudo e mais um pouco; o futuro de Leonardo abre-se ao sol e ao amor. Ah, esperemos que Salvador, o
inquieto artista agora apaixonado por Helena, livre-se da canalhice de Orville
e da esposa 171; e o que será de Silviano, o mordomo, ou Primeiro Marido?
Mas, a
pergunta que não quer calar: quem é o assassino, o cara que armou para o Zé?
Será o advogado Merival, ou o mordomo...
São sempre tantos
personagens, tantas tramas e problemas a resolver. “Império” começou botando
pra quebrar com a força do jovem Chai Suede (o Zé Alfredo moço), assumido em
seguida pelo talentoso Alexandre Nero. Mas seguindo a lógica dessas obras
longas, a novela engastou, tossiu, entrou em sonolência. Espectadores se
irritaram com a mesmice – sempre ficam. E na hora H “Império” retoma seu rumo,
na trama urdida sobre o fascínio provocado pelos diamantes, chances da fortuna
fácil, inveja, canalhice e mortes misteriosas. Armado o circo milionário, quem
vai abrir mão de assistir o final da novela?
Ligia Sanches, paulistana, jornalista.
Trabalhou na Folha
de S. Paulo, Editora abril,
Shopping News , Valor Econômico.
E também como assessora de imprensa.
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