sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

TELEVISÃO – NOVELA - ANÁLISE


















AMBIÇÃO, PODER, AMOR E TRAIÇÃO. 
ISSO É NOVELA, GENTE.

Por LIGIA SANCHES, especial para o BABÉLIA
Como manda a tradição televisiva, “Império”, como toda novela (ou quase toda...) ousou, encantou, tropeçou também. Mas conforme exige o mercado de entretenimento, toda novela (ou quase toda) se salva e coloca milhões à frente da telinha.
Para montar um circo é necessário um terreno, uma área livre. E também as partes da estrutura interna, começando pela base e pelas as peças que formam a sustentação da lona, que subirá por último. Muito cuidado nessa hora e aí, pronto, nome afixado lá fora, artistas no camarim, luzes acessas, bilheteria à toda, pipoca no carrinho, é hora do grande espetáculo.
Com novela de TV é mais ou menos assim, sem esquecer que os pequenos espetáculos de todos os dias, e especialmente o último capítulo (aquele mais aplaudido ou execrado pelo público) ainda não estão prontos quando abre o pano. Na verdade os números desse espetáculo que vai ao ar de 2ª. a sábado pra lá das 21h nunca estão assim...pensados e fechados. Novela é obra que vai ser formando, ajeitando, pedindo mais tempero aqui, a morte de um personagem ali, etc.
Aguinaldo Silva
E assim “Império”, de Aguinaldo Silva, um dos mestres do formato. Neste momento a trama central de sua novela é encaminhada para revelações e consolidações. Zé Alfredo, vivo e saudoso de Maria Isis, irá preso; Maria Marta tem chance de livrar-se do casório com o crápula do Maurílio; Cora, talvez por milagre ou encanto, arruma como perder a virgindade (ou talvez morra); a poderosa e ora falida Império será salva; Cristina e Vicente reatam; o amor de Cláudio pela Beatriz segura tudo e mais um pouco; o futuro de Leonardo abre-se ao sol  e ao amor. Ah, esperemos que Salvador, o inquieto artista agora apaixonado por Helena, livre-se da canalhice de Orville e da esposa 171; e o que será de Silviano, o mordomo, ou Primeiro Marido?
Mas, a pergunta que não quer calar: quem é o assassino, o cara que armou para o Zé? Será o advogado Merival, ou o mordomo...
São sempre tantos personagens, tantas tramas e problemas a resolver. “Império” começou botando pra quebrar com a força do jovem Chai Suede (o Zé Alfredo moço), assumido em seguida pelo talentoso Alexandre Nero. Mas seguindo a lógica dessas obras longas, a novela engastou, tossiu, entrou em sonolência. Espectadores se irritaram com a mesmice – sempre ficam. E na hora H “Império” retoma seu rumo, na trama urdida sobre o fascínio provocado pelos diamantes, chances da fortuna fácil, inveja, canalhice e mortes misteriosas. Armado o circo milionário, quem vai abrir mão de assistir o final da novela?



 Ligia Sanches, paulistana, jornalista. 
Trabalhou na Folha de S. Paulo, Editora abril, 
Shopping News , Valor Econômico. 
E também como assessora de imprensa.

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